sábado, 9 de novembro de 2013

Back to basics

Um empresário tenso, se sentindo lenta e dolorosamente prensado pela rotina de suas decisões difíceis e empenho sobre-humano, decide passar a noite no sítio de sua Avó em seu caminho de volta para São Paulo.  Após beijos, carinhos e mesa de café com bolinhos feitos na hora, o moço desaba no colo meigo e acalentador de sua Avó.
Após choramingar todas as pressões, dificuldades e injustiças sofridas em seu dia a dia, ele recorre à sabedoria daqueles olhos calmos e sorriso confiável, buscando alento e orientação. A resposta veio simples, como simples são todas coisas sábias: "Se tudo isto te faz tão mal Filho, deixe tudo para trás, venha morar aqui no Sítio. Seu quarto está sempre arrumado e a tua espera. Nada te faltará". 
O empresário se pôs de pé em uma afirmação sonora: "Não posso deixar minha vida para trás. Trabalhei duro para chegar até aqui".
A resposta calma soou sólida e lógica: "Se o produto de todos os seus esforços é um dia a dia que te faz tão mal, não me parece fazer sentido continuar".
Um emocionado discurso se seguiu. O empresário falou de seus planos, de seus sonhos, de como toda sua rotina era comum a todos que viviam em seu mundo dos negócios, lembrou orgulhoso de seus sucessos e ainda mencionou alguns fracassos que lhe haviam ensinado importantes lições... Parou por um momento e sentiu-se bem com a vida que vivia.  Neste momento lembrou que tudo aquilo materializava os sonhos que tinha quando, ainda muito jovem, decidiu apaixonadamente quais rumos seguiria em sua carreira e onde queria chegar. 
Voltou os olhos e estes sabiam o que iriam encontrar - um lindo sorriso largo e sábio que lhe dizia: "Agora que seus olhos voltaram a brilhar, lembra-se da razão de tudo isto?"

O cotidiano tem o implacável talento de nos levar a intensos altos e baixos. Em qualquer um destes momentos é importante parar um pouco para respirar e voltar ao básico: dentro de nós temos todas as experiências necessárias aos próximos passos, pois lá dentro ainda estão a criança que sonhava, o adolescente cheio de energia e todos os personagens que vivemos para chegar aqui. Se eles nos trouxeram até aqui, juntos certamente saberemos o jeito certo de ir em frente e o quanto tudo valeu a pena.

Abençoados sejam.

sábado, 15 de outubro de 2011

Percepção da Realidade # 01


É interessante perceber que a realidade se reproduz mais pela percepção da realidade do que pela realidade em si.

Um exemplo clássico disto é a senhora idosa que sonha que o banco onde guarda suas economias vai falir. Ela vai ao banco sacar suas economias e passa algum tempo na fila. Fala com todos em volta sobre seu sonho e sua forte impressão de que suas economias estarão mais seguras em outro banco. Algumas pessoas que a ouvem na fila decidem também sacar suas economias daquele banco, "só por precaução".

Nesta mesma noite a senhora idosa vai ao clube conversar com as amigas e, enquanto conta o que foi fazer em seu antigo banco no decorrer da tarde, o jornal na televisão mostra uma reportagem indicando um movimento de saque acima do normal naquele banco na mesma tarde. A Senhora idosa, orgulhosa, fala para as amigas: "Viram, eu estava certa!".

Resultado: Todos os correntistas daquele banco presentes no clube sacam suas economias "só por precaução". A notícia corre e em algum tempo, o banco do sonho alarmista daquela Senhora realmente quebra. Esta é uma historinha simplista que mostra o poder da percepção da realidade influenciando a própria realidade.

No final dos anos 60, as universidades pensavam a computação como uma ferramenta corporativa, de grande porte, e que um dia iria gerar a inteligência artificial.

Nesta época crescia o pensamento alternativo da revolução cultural que influenciava tudo, de Woodstock a eleições presidenciais. A California era foco da influência deste pensamento alternativo em diferentes campos, mas principalmente no desenvolvimento de novas tecnologias.

(continua...)

Percepção da Realidade # 02


Com centros tecnológicos como Stanford, a revolução cultural dos anos 60 influenciava a percepção de jovens pesquisadores em relação ao papel da computação. Aqueles jovens não enxergavam o computador como base de inteligência artificial, mas como uma ferramenta para aumentar o potencial da inteligência humana.

Exatamente por isto, para estes jovens os computadores não deveriam ser corporativos e de grande porte, mas sim de pequeno porte e direcionados aos indivíduos comuns. Um destes jovens tinha uma aptidão especialmente talentosa para percepções alternativas da realidade. Seu nome, Steve Jobs.

Naquele momento, Jobs acreditava tanto no potencial da computação pessoal que abandonou seu curso universitário e se associou a um amigo especialista em eletrônica, Steve Wozniack. Eles começaram a montar kits de computadores elementares que eram vendidos pelo correio. Estes kits eram montados na garagem de Jobs e permitiam a seus compradores a experiência de “montar” seu próprio computador pessoal.

Jobs e Wozniack foram dos kits pessoais ao primeiro modelo do Apple II, uma eficiente versão inicial de um computador pessoal com atrativos como cores e uma interface “amigável”.

Na época, investidores associando-se a jovens com projetos tecnológicos criativos era uma prática comum nos arredores de Stanford, na California. Não foi diferente com Jobs e Wozniack. Ao associarem-se a um investidor, criaram a Apple, uma empresa que passou de uma garagem a uma sede própria, transformando-se em uma organização empresarial de sucesso.

O ideal de Jobs, agora um empresário, cristalizava-se em um lema: “Um computador em cada casa”.

(continua...)

Percepção da Realidade # 03


Vivendo a missão de popularizar a computação pessoal, Jobs, então um jovem de pouco mais de vinte anos de idade, fez com que a sua empresa, a Apple, atingisse em pouco tempo a capa da revista ‘Forbes‘.

Apesar do sucesso da Apple, Jobs enxergava a importância de um ter um profissional experiente para presidir as operações da Apple e servir como seu tutor no mundo executivo.

Esta foi mais uma prova da genialidade e da percepção apurada de alternativas à realidade de Jobs.

Em sua busca de popularizar a venda de computadores, Jobs contratou John Sculley para presidir a Apple. Sculley era presidente da Pepsi e havia recentemente vencido a Coca-Cola em vendas nos supermercados americanos, um sucesso até então sem precedentes em termos de estratégia de vendas de varejo. O carismático Jobs convenceu Sculley a trocar a Pepsi pela Apple com a emblemática frase: “Você quer passar a vida vendendo água com açúcar ou quer mudar o mundo?”.

Nos anos que se seguiram a Apple apresentou ao mundo sucessos como o Macintosh, e a campanha de seu lançamento, denominada “1984”. Esta campanha fazia uma alusão ao romance de George Orwell de mesmo nome, para caricaturar a IBM, na época fabricante de computadores de grande porte que entrava no mercado de micro-computadores.

Mesmo com seus sucessivos sucessos, após alguns poucos anos, a genialidade inovadora, inventiva, anárquica, e por vezes arrogante de Jobs entrou em choque com o estilo tradicional de gestão de Sculley. Como resultado deste choque, apesar de sua representatividade como acionista, Jobs foi demitido por Sculley de seu cargo de presidente do conselho administrativo da Apple.

Nos anos que se seguiram, o empreendedorismo inventivo de Jobs criou uma empresa de sistemas operacionais inovadores, a NeXT. Também neste período, Jobs fundou a Pixar, que revolucionou o mercado de desenhos animados por computação gráfica. Anos mais tarde, a Pixar foi vendida para a Disney, o que transformou Jobs no maior acionista individual da Disney.

(continua...)

Percepção da Realidade # 04


Durante o período em que Jobs obtinha continuado sucesso com a NeXT e a Pixar, a Apple de Sculley apostava na diversificação das configurações de seu carro-chefe de vendas, o Mac, e na pulverização da sua rede de distribuidores.

Sem perceber Apple perdia nesta época o foco em sua principal característica, o criativo e contínuo lançamento de inovações que transformavam os consumidores dos produtos da Apple em verdadeiros séquitos formados por legiões de fãs incondicionais.

Quanto mais a Apple de Sculley deixava de ser um passional estilo de vida e se transformava em uma empresa comum, mais a queda das vendas e faturamento depreciava sua saúde financeira.

Em 1996, após a saída de Sculley dê seus quadros, a falência da Apple era eminente. Em uma última tentativa de recuperação, o conselho administrativo da empresa recorreu a seu fundador, Jobs, solicitando que retornasse à presidência executiva.

A poucas semanas de sua falência, Jobs assumiu a presidência da Apple afirmando que era “interino” no cargo. Dizia que só participaria da recuperação da empresa pois, por possuir um expressivo volume de ações da Apple, não poderia permitir a depreciação de seu patrimônio pessoal.

Nesta nova fase, Jobs se autodenominava Presidente Interino, em inglês, i-Presidente, uma piada que marcaria todos os produtos lançados em sua nova gestão na Apple. Não aceitou ocupar a sala do presidente, ao invés disto, instalou-se em uma sala de reunião que mantinha cheia em suas constantes reuniões de trabalho e forças-tarefa que objetivavam a re-estabilização da empresa.

(continua...)

Percepção da Realidade # 05


O talento de Jobs na percepção da realidade mais uma vez se mostrou único. Ao re-assumir o controle da Apple, imediatamente diminuiu a diversidade de modelos do Mac a disposição no mercado, fazendo-os especiais. Jobs passou a equipar as versões do Mac com um aplicativo para organização de fotos e de um tocador/organizador de Músicas, o i-Tunes.

Jobs identificou que sua estratégia começava a apresentar resultado, e que o i-Tunes era um dos principais atrativos aos consumidores nesta retomada das vendas.

O apelo do i-Tunes era permitir que seus usuários organizassem suas músicas e as tivessem imediatamente acessíveis sempre que quisessem... Sempre que quisessem? Não exatamente. As músicas estariam disponíveis somente quando estes usuários estivessem próximos aos seus computadores...

Mobilidade, isto era o que faltava ao i-Tunes. Desta percepção nasceu o aparelho que dava mobilidade ao i-Tunes, o i-Pod, primeiro grande sucesso de vendas na volta de Jobs a Apple.

Para aumentar a versatilidade e a sensação de satisfação que o i-Pod propiciava a seus usuários, Jobs criou uma loja virtual onde os clientes da Apple podiam comprar suas músicas preferidas a 99 centavos de dólar. Ao comprar músicas na loja virtual, os clientes podiam armazená-las rapidamente em seus i-Pods.

A loja virtual, Apple Store, bem como as novas versões dos i-Pods, tornaram-se quase imediatamente um estrondoso sucesso de vendas.

(continua...)

Percepção da Realidade # 06


Jobs havia tirado a Apple da crise, e estava no caminho para transformá-la em uma das empresas mais valiosas do planeta. O interessante é que Jobs não fez isto preservando a Apple em seu tradicional mercado de computadores, mas fazendo-a ingressar em um novo mercado, o da musica digital.

A criatividade de Jobs parecia não ter limites. À medida que fazia o i-Pod avançar em versões cada vez mais cheias de tecnologia prática e fácil de usar, Jobs avançava também com as novas versões dos computadores Mac. O Mac também se caracterizava por colocar tecnologia de ponta a disposição de seus usuários, uma tecnologia que se podia operar de forma bastante intuitiva.

Neste momento, Jobs percebeu que a telefonia móvel crescia rapidamente em tecnologia e volumes de faturamento. A Apple poderia competir também neste segmento, mas para isto necessitava de um produto que possuísse um apelo diferenciado e inovador.

A estratégia de Jobs foi integrar telefonia móvel, a mobilidade da música digital e a tecnologia dos computadores da Apple em um só aparelho fácil de usar. Nascia o i-Phone.

O i-Phone centralizava quase todas as mídias de informação disponíveis: músicas, vídeos, telefonia, internet, gerenciador de imagens, fotos e filmagem, GPS e um gigantesco acervo de músicas, vídeos e programas aplicativos para toda e qualquer finalidade disponíveis on-line na Apple Store. Tudo isto com a facilidade de operação e o design que faziam da Apple um estilo de vida.

O I-Phone, como a criatividade de Jobs, parecia não ter limites, pois executava o papel de telefone e computador com perfeição e proporcionava mais mobilidade do que qualquer notebook.

Apesar disto, perdiam um pouco para os notebooks em conforto devido ao tamanho de sua pequena tela... Uma limitação... Ou, para Jobs, uma oportunidade.

(continua...)

Percepção da Realidade # 07


Um produto que disponibilizasse todo o conteúdo tecnológico e mobilidade do i-Phone, em uma tela de 10 polegadas, teria o apelo diferenciado: seria um hibrido entre um i-Phone e um notebook que teria praticamente todas as aplicações dos dois aparelhos.

Apesar disto, seria mais confortável por possuir uma tela maior que a do I-Phone, e por ser menor, mais leve e mais prático que um notebook.

Desta percepção, nascia um novo mercado: o dos tablets. E com isto, nascia também um dos mais brilhantes sucessos da carreira de Jobs: o tablet da Apple, o i-Pad.

O i-Pad marcava definitivamente que o brilhantismo de Steve Jobs baseou-se em uma busca constante por inovação.

Nesta busca, nada se sobressaía tanto quanto o talento intuitivo e natural de Jobs de perceber a realidade e as alternativas que esta apresentava para seu próprio desdobramento e evolução.

Na esfera da percepção da realidade Jobs provou ser mais do que um mestre, pois suas convicções criativas e visionárias eram recebidas como mágica aos fãs da Apple e de sua carreira.

Peço que me perdoem pela extensão do texto.

Desde 1984 sou fã passional e admirador incondicional de Steve Jobs e de sua obra na Apple, NeXT e Pixar.

Este texto foi minha forma de homenagear humildemente este mestre da percepção, e de dizer: Obrigado por tudo Steve. Descanse em Paz.

sábado, 17 de setembro de 2011

Início do Caminho

A algum tempo me foi dito que, para cada homem que vive com honra e dignidade seus dias abaixo do Sol, quando uma porta se fecha duas se abrem.

Abriu-se agora uma porta. Agradeço-te sinceramente a oportunidade de estarmos tendo este contato.

Esta é tão somente uma saudação de boas vindas e, como manda o protocolo, saudações como esta se devem registrar com um brinde ou com algo para se recordar.

Como o mundo virtual ainda não nos permite taças e líquidos de espécie alguma, vou tentar algo que nos sintamos bem ao recordar.

Em primeiro lugar, uma sugestão de como a vida pode ser realmente vivida:

Para concluir, dois projetos que ilustram o conceito de "Perfeito Gerenciamento":

Mais uma vez, muito obrigado pelo contato e espero que nos encontremos novamente em breve.

Abençoado seja / Abençoada seja.